Porque hoje a garganta secou-me as entranhas, enquanto as lágrimas se misturaram com a chuva. Porque hoje foi mais um prego no meu caixão, e muitos mais chegarão.
Domingo triste, solitário. Desabituei-me de fins-de-semanas assim. Acostumei-me a passá-los acompanhada, mas agora que a companhia já não me quer, arranjou alguém melhor, há que engolir em seco e ir para a frente, avançar com a vida, como os amigos (a Língua Portuguesa é tão machista, não acham? Isto é tema para outro post) me aconselham.
Mas, apelando a quem já sofreu partidas do destino, e logros amorosos... Porque será que os outros, aqueles que sempre nos quiseram bem, e zelaram por nós nos momentos mais escuros da paixão, porque será que não compreendem que "desistir" não pertence ao nosso vocabulário? Como é suposto fechar os olhos à pessoa que mais nos fez viver, ignorar memórias que, quando a noite chega e nos cobre de saudade, são os únicos motivos que temos para continuar?
Será falta de empatia, por parte dos outros, que os tornam imunes ao nosso martírio? Ou simplesmente, será que foram pessoas abençoadas pela vida e não trazem nas costas as chagas que lambemos em êxtase?
Eu gostaria de o saber.
E porque as minhas palavras são do nada, deixo-vos com palavras intemporais: "There is no greater sorrow than to recall in misery the time in which we were happy." (Dante)